O que a NBR 13962 estabelece sobre os móveis de escritório?

Você sabe o que é a NBR 13962? Se a resposta for: ainda não, saiba que muitos gestores e empreendedores também desconhecem esse termo. O fato é que, seja qual for o ramo de atividade, todos os procedimentos do mercado exigem alguma norma regulamentadora da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), especialmente para processos e produtos que precisam ser padronizados.

Quando falamos de mobiliários para escritório, o que regulamenta os padrões de conforto e segurança é a NBR 13962. Inclusive, essa regulamentação vem ganhando cada vez mais espaço nas reuniões gerenciais, principalmente com o crescimento do trabalho híbrido (presencial e home office). Além disso, sabemos que a qualidade de vida no trabalho é sinônimo de maior produtividade.

Nesse sentido, para projetar o mobiliário de um escritório, é muito importante estar atento as suas dimensões, possibilidade de ajuste e outros fatores que trazem conforto e ergonomia. Afinal, passamos em média 8 horas trabalhando, e manter uma má postura por tanto tempo pode trazer impactos negativos para a sua saúde.

Para esclarecer as dúvidas sobre a NBR 13962, fizemos esse artigo onde vamos apresentar a importância dessa norma, seus requisitos mínimos e dicas de como utilizá-la para reforçar seus argumentos de vendas. Continue a leitura!

Afinal, o que é a NBR 13962?

Primeiramente, é importante esclarecer o que é ABNT. Abreviação de Associação Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT é uma associação civil sem fins lucrativos, nomeada pelo governo federal como Foro Nacional de Normalização. Desde 1962, de acordo com a Lei Federal n.º 4.150, é tratada como “órgão de utilidade pública”, passando a receber suporte financeiro do governo. Desde então passou a ser obrigatória a observação das normas estabelecidas pela associação em todos os contratos de obras e compras do serviço público de execução direta, terceirizada ou que seja executada por alguma autarquia ou empresa de economia mista em todos os âmbitos da administração pública – federal, estaduais e municipais.

Já a nomenclatura NBR é a abreviação de Norma Brasileira. Cujo significado trata do conjunto de diretrizes técnicas com o objetivo de padronizar a produção de produtos e serviços no Brasil. A NBR 13962 traz especificações sobre as características físicas e dimensionais exigidas de móveis de escritório — mais especificamente, das cadeiras — e de como eles devem ser produzidos para sua finalidade. Resumidamente, toda cadeira que for fabricada para uso em escritório deve ser baseada nos requisitos desta norma.

Para isso, ela indica métodos para determinar a estabilidade, a resistência e a durabilidade de uma cadeira independente do material que ela seja feita. Desde a sua criação a NBR 13962 foi revisitada, avaliada e estudada para constante aprimoramento tendo sua versão mais atual, corrigida e oficial em 2018.

De acordo com a norma, as cadeiras para escritórios devem ser ergonômicas, adequadas não só para o conforto, mas também para a saúde do usuário. Deve-se garantir que os seus tamanhos não sejam mal dimensionados e que a regulagem esteja correta. Do contrário, é possível causar problemas na coluna, no pescoço e nos braços do usuário, resultando no seu afastamento da função.

O que foi reformulado na nova versão?

A versão atualizada da NBR 13962 de 2018 foi publicada após um período de revisão por parte de órgãos como o Comitê Brasileiro do Mobiliário (ABNT/CB-15) e a Comissão de Estudos de Cadeiras (CE-15:003.01) antes de sua versão oficial. Neste estudo, foram utilizadas quatro normas fundamentais do setor moveleiro que são responsáveis pelos testes de qualificação de assentos. Confira.

BS EN 1335-1:2000

Essa Norma internacional é responsável por determinar as dimensões ideais para as cadeiras de escritórios. Essa norma foi estabelecida para comportar a maioria da população europeia durante a atividade laboral, mesmo considerando que a população tem diferentes tipos de estatura. Sendo assim, as cadeiras são projetadas com um suporte estável que permite movimento e conforto.

ISO 21015:2007

Essa norma define os ensaios e métodos para determinar a estabilidade, durabilidade e resistência dos mobiliários. Os testes, são aplicados em várias partes da peça que simulam a força empregada no uso, assim como no uso indevido que inevitavelmente acontece. Os resultados são válidos apenas para o objeto testado. Vale lembrar que se os testes forem realizados por um objeto semelhante é fundamental que o modelo de teste seja representativo ao que será produzido.

BIFMA X5.1-2011

Já essa norma diz respeito à consistência dos testes, alterando cargas e pesos de teste e incluindo um teste novo para os apoios de pés.

ABNT NBR 16031:2012

A norma brasileira define os métodos e requisitos para testar e certificar a durabilidade de mobiliários e assentos que não são fixados no piso ou paredes de maneira permanente, ou seja, assentos múltiplos.

Ainda sim, a grande novidade da nova versão da NBR 13962 é onde será a sua aplicação. Reforçando que essa norma não é aplicada em cadeiras monobloco plásticas, assentos plásticos para eventos esportivos ou para espectadores. O que elimina qualquer tipo de aplicação equivocada da norma.

Vale lembrar que nessa atualização, foi inserido o seguinte termo “partes acessíveis durante o uso”. Ele diz respeito a classificação das cadeiras por meio de suas regulagens, características e tipo de cadeira. Especificamente, tratando de cadeiras operacionais e giratórias.

Vamos reforçar que nessa nova versão da NBR 13962 não foi discutida a questão dimensional de rodízio, no caso de mobiliários multiuso. Para atestar os níveis de usabilidade e segurança, é utilizado um diagrama que auxilia na avaliação dos pontos que são considerados de tensão. Contudo, esse diagrama proporciona uma avaliação das questões de usabilidade e segurança, desde que os pontos de cisalhamento e pinçamento para entender as condições que o objeto passa com a influência ou acúmulo de energia.

Quais são as regulamentações para cadeiras de escritório?

As regulamentações da norma para cadeiras de escritórios seguem um padrão: uso diário de 8 horas de trabalho, por usuários de até 110 kg e estatura que varia entre 1,52 m e 1,92 m. Além disso, alguns termos importantes sobre a fabricação dessas cadeiras são:

• regulagem de altura do assento;
• regulagem do apoio lombar;
• base giratória;
• base com, no mínimo, cinco pontos de apoio, provida ou não de rodízios;
• conformação da superfície do assento um pouco acentuada e borda frontal arredondada.

As cadeiras giratórias operacionais para escritório têm classificação de acordo com o seu tipo, sendo A, B, C ou D. Elas apresentam os dispositivos de regulagem conforme sendo obrigatórios (O) ou facultativos (F). Esses dispositivos são:

• altura do assento;
• altura do apoio lombar;
• inclinação do encosto;
• profundidade;
• inclinação do assento.

E os requisitos mínimos que ela traz?

De fato, existem alguns requisitos mínimos da norma que as cadeiras devem atender, acerca de dimensões, segurança, estabilidade, resistência, durabilidade e ergonomia. A seguir, veremos cada um deles com mais detalhes.

Dimensões

Com relação às dimensões, a NBR 13962 nomeia e define as variáveis dimensionais de acordo com a nomenclatura adotada pela norma BS EN 1335-1:20000. As dimensões de acordo com o componente da cadeira devem ser:

• altura da superfície do assento — mínimo de 420 mm / máximo de 500 mm;
• largura da superfície de assento — mínimo de 400 mm;
• profundidade da superfície do assento — mínimo de 380 mm;
• profundidade do assento — mínimo de 380 mm / máximo de 470 mm;
• extensão vertical do encosto — mínimo de 240 mm;
• largura útil do encosto — mínimo de 305 mm;
• raio de curvatura do encosto — mínimo de 400 mm;
• altura do apoio do braço — mínimo de 200 mm / máximo de 250 mm.

Existem ainda outros parâmetros que devem ser dimensionados, exibidos em tabelas da norma.

Segurança

Com relação a segurança e usabilidade, a norma adota um diagrama de auxílio à avaliação dos pontos considerados de cisalhamento, baseado no mesmo diagrama utilizado na NBR 16031, que trata de móveis de assentos múltiplos.

Esse cisalhamento (que corresponde à deformação do material conforme o peso a que ele é submetido) deve ser testado para garantir que a cadeira não se desgastará ou deformará durante o uso, podendo para isso estar ou não sob a influência de um mecanismo de acúmulo de energia.

Estabilidade

Já com relação à estabilidade, a norma 13962 traz ensaios que avaliam se o produto apresenta desequilíbrio ou tombamento. Isso é medido por meio de duas massas em formas de gancho a serem carregadas na mesa como dispositivos de apoio, uma metodologia derivada da norma ISO 21015:2007.

É importante que essas cadeiras apresentem uma estabilidade mínima, não inclinando de forma indevida de acordo com o peso a que forem submetidas. A norma também determina um equilíbrio mínimo, em que a inclinação das cadeiras só é feita sob comandos de regulagem.

Resistência e durabilidade

A NBR 13962 determina ainda os requisitos mínimos para a resistência das cadeiras, por meio de ensaios que submetem o material a forças de alta intensidade, com baixos ciclos.

Já a durabilidade é definida submetendo-se o produto a forças de média intensidade, com ciclos elevados. Em outras palavras, as cadeiras têm sua resistência e durabilidade garantidas durante o uso e operação, cujos requisitos são baseados no peso do usuário e no tempo de uso da cadeira.

É importante ressaltar que elas devem ser resistentes independentemente de o peso aplicado a elas ser maior ou menor. Além disso, elas precisam ser duráveis sejam quais forem suas condições de uso.

Ergonomia

Por fim, a parte mais importante da NBR 13962 diz respeito à ergonomia. Determina-se que o móvel seja projetado com o conforto necessário para a jornada profissional de 8 horas trabalhadas. É fundamental que o usuário consiga manter a postura adequada, bem como a posição certa dos braços e uma distância segura da mesa. Essa ergonomia promove o conforto necessário para todo o período de trabalho. Seja no escritório ou em casa.

Como é a tipologia do trabalhador de escritório?

Quando falamos em mobiliário para escritório, precisamos entender a tipologia das pessoas que trabalham nesses ambientes. Sendo assim, separamos alguns cargos onde os padrões de conforto e segurança influenciam diretamente.

Gerência

São profissionais que precisam ter facilidade de acesso a arquivos e materiais de referência. Por isso, necessitam de móveis com boa ergonomia e mobilidade para desempenhar suas atividades.

Colaboradores em geral

Já esse grupo utiliza muito computadores, escrita manual, se movimentam com muita frequência para alcançar objetos, arquivos e materiais pertinentes a suas funções. Sendo assim, uma cadeira e mesas adequadas previne lesões e contribui para a produtividade no trabalho.

Secretários

Esses profissionais, na maioria dos casos são responsáveis por atendimento telefônico, organização de correspondências, entre outras funções. Com isso, todo o mobiliário que esse profissional vai utilizar é preciso ser ajustado ao porte e atividades desempenhadas.

O que o cliente considera na hora de escolher a cadeira ideal para o escritório?

Agora que já ficou claro a importância da NBR 13962 vamos apresentar alguns pontos que levam o cliente a escolher uma cadeira para o escritório. Em todo o momento da negociação, esses pontos são essenciais para que o processo de compra e jornada do cliente sejam fluídos. Dessa forma, é possível identificar de maneira mais objetiva o que oferecer e em que momento oferecer para o cliente.

O material adequado

Primeiramente, os empresários e empreendedores levam em consideração o tipo de material do mobiliário, como quais atividades serão desempenhadas e a decoração do ambiente. Na maioria dos casos, essas pessoas tendem a escolher o que mais se adequa aos profissionais e que tenham maior resistência e durabilidade.

O mobiliário que já está no espaço

Todo móvel em um escritório tem seu contexto. Sendo assim, as pessoas não querem um móvel isolado, por mais bonito que seja o design. Um móvel para escritório precisa estar em harmonia com os demais. O ideal é sugerir ao cliente que as peças sejam compradas todas em um mesmo lugar para seguirem o mesmo estilo. Porém, se a compra for isolada o ideal é recomendar que seja feita uma análise do espaço para que a decisão seja coerente.

Funcionalidade

Esse é o ponto focal que deve ser considerado em uma negociação. O objeto precisa ser multiuso, adaptável ao ambiente e aos colaboradores. Dessa forma, a aquisição do cliente será positiva e ele ficará satisfeito com a compra por saber que a peça irá fortalecer a produtividade de sua equipe. Afinal, todo empresário gosta da sensação de uma compra realizada com segurança.

Conheça o produto e tenha segurança na hora de oferecer

Conhecer bem o produto, suas especificações e benefícios, transmite segurança ao cliente. Ele por suas vez, estará mais inclinado a fechar negócio. Sabemos que a insegurança é um fator ofensivo na hora de prepara a argumentação.

Recomendação

Em todos os tipos de trabalho, independente do setor, o consultor deve trabalhar uma política de recomendação. Afinal, com toda uma investigação, apontamento de solução e um pós vendas adequado é chegado o momento de pedir a recomendação de sua consultoria. Peça para o seu cliente indicar pelo menos 2 pessoas de sua lista de contatos e peça para comentar que a indicação vem de tal pessoa. Isso reforça sua autoridade e contribui para o sucesso das vendas.

Sem dúvidas, promover a ergonomia no ambiente corporativo é fundamental para contribuir com a jornada laboral das pessoas, para que elas desempenhem suas atividades com condições proporcionais aos seus cargos. Caso contrário, a empresa fica suscetível a penalizações, processos trabalhistas e consequentemente manchar a reputação da empresa.

Por esse motivo, é de extrema importância que todo o mobiliário do escritório, até mesmo para os profissionais que estão trabalhando em casa, sejam adequados e sigam as normas da NBR 13962. Para que a qualidade de vida no trabalho seja adequada e, com isso, as pessoas possam desempenhar suas atividades com conforto e dedicação. Com isso, a empresa se torna referência em respeito ao profissional, e o consultor por sua vez garante mais de uma vez o sucesso com um cliente.

Tirou suas dúvidas sobre o que é a NBR 13962? Faz sentido para você reforçar isso no momento da argumentação? Então aproveite e nos siga nas redes sociais para ficar por dentro de mais conteúdos valiosos. Estamos no Facebook e Instagram.